ARTE EDUCAÇÃO PÓS-COLONIALISTA NO BRASIL: APRENDIZAGEM TRIANGULAR
É comumente perceptível e aceitável que uma nação oriunda de uma miscigenação de raças, países, grupos e etnias, tenha que se adaptar a certos confrontamentos para identificar sua própria cultura.
O país então sobe de um patamar de subordinação para então a centralização do poder em suas mãos.
O país na esperança de se libertar de um período de ditadura, viu suas decisões concentradas nas mãos de um rei ditador.
Entre 1808 e 1821 o nosso país se tornou o centro administrativo do governo português recebendo 15.000 súditos, abrindo suas portas e seus portos às nações do mundo. Ações que impulsionavam nossa independência.
É perfeitamente notável que a presença da Coroa Portuguesa em nosso país não pressupunha a nossa liberdade, mas sim, o afrouxamento dos laços que economicamente se estreitavam entre Portugal e a Inglaterra.
Certamente o país estaria em melhor situação posterior ao grito da independência do que antes se encontrava.
Dado esse espirito acolhedor o pais ainda mantem a característica de acolhimento e receptividade que perdura até os dias atuais.
Primeiramente concentraram suas atenções à economia e aos tratados econômicos. Estando o ensino da arte posteriormente colocado em sua pauta de prioridades.
O autor Francisco de Holanda, defendia a redefinição da função do pintor e a sua missão estética. Criticou duramente a falta de cultura artística de Portugal, onde o artista era tratado e pago como meros artesãos. A finalidade de Holanda era mostrar a superioridade e a importância do pintor.
A arte já se iniciou no Brasil inserida entre os principais eixos de ensino: na saúde, na política, na defesa do país e na Arte.
Supõe-se que o rei angariava os benefícios. Instituía escolas de ensino superior, para reverter em beneficio próprio, ou seja, em beneficio da corte. E se ele estava com a corte no Brasil era para aqui que direcionava os privilégios, O ensino da arte era um deles.
A Arte Neoclássica já trazia a austeridade da burguesia. O politicamente correto, a simetria, a severidade dos traços, nas cores e nas formas.
O que veio de encontro ao Barroco Brasileiro. O barroco das curvas, da sinuosidade, da sensualidade, dos sentimentos, bem característico da brasilidade típica deste país.
Deste confronto estabeleceu-se a linha divisória. A elite está para o Neoclassicismo assim como o barroco está para a classe popular.
É de se perceber que os revivalistas se depararam com uma problemática da então perturbação da consciência colonizada.
A imperiosa imposição da própria cultura, crendice, religião e idioma dos colonizadores com seu papel dominante e as que as recebiam na condição de colonizados. Que se deixam influenciar, se escravizar, explorar de suas matérias primas.
O movimento antropofágico encabeçado por Oswald de Andrade, visava a reafirmação de valores culturais próprios. Uma ideologia que pretendia resolver a questão de identidade Brasileira.
Esse Pós-colonialismo a que ele se referia seria a resolução para o problema de identidade brasileira e como um antiofídico contra a força imperialista.
Do surgimento de uma abertura ao diálogo, surgiu uma proposta de ensino. Essa proposta seria a triangulação, os eixos: ler, contextualizar e fazer. Seria então uma proposta de diálogo reconstrutor de um ensino.
A autora desta proposta Ana Mae repudia a atribuição a uma metodologia pela aversão ao método e à regra.
A postura do DBAE ( Discipline Based Art Education) perante o ensino da arte é de que o ensino seria parametrizado em quatro eixos: produzir, ver, entender a cultura de Arte por meio da historia e fazer julgamento de valor.
José Vasconcelos desempenhou um papel decisivo no ensino das artes. Era a proposta de reforma que a educação das artes no México reinvindicava. Marcou decisivamente o direcionamento do México numa formação cultural e nacional.
Definiu mudanças significativas na produção de artistas e professores de arte bem treinados.
A Arte é explorada com mais facilidade e liberdade plástica na paisagem desenvolvendo motivos festivos e dos povos locais.
O estilo Escuelas Al Aire Libre, traz a linda de ensino de arte como uma integração da Arte com outras expressões como a cultura.
O leitor- resposta em sala de aula torna-se aprendizes ativos. Adquirem maior responsabilidade e autoridade a fazer algum julgamento sobre aquela obra que leem.
Isso ajuda o aluno a reconhecer particularidades de seus próprios contextos culturais e o ajuda a entender a cultura de outrem.
Este sistema leitor-resposta estabeleceu importantes diretrizes em salas de aulas americanas.
Alunos sob esta teoria leitor-resposta, fazem conexões pessoais mais ricas e os ajuda a se tornarem leitores mais críticos.
A alfabetização leitor-resposta visa estimular os alunos a um novo conceito de identidade.
Essas estratégias avaliam a iniciativa do aluno e o ajuda a explorar seus próprios pensamentos e confiar nas suas próprias respostas conferindo-lhe mais autonomia.
A Proposta Triangular se estabeleceu como uma perspectiva de ensino que resgatasse ou que buscasse ações que estimulassem as vivencias dos alunos e melhor conexão das linguagens de trabalho. Linguagens conectadas com sua realidade pessoal. O intuito era de se chegar ás escolas do interior do país.
Percebe-se que nas implementações de arte/educadores a partir da Abordagem Triangular passaram a contemplar o Fazer, o Apreciar e o Refletir, promove melhor a interação da criança com o campo da arte, obtendo melhores respostas.
Programas sociais desenvolvidos para o apoio de crianças e adolescentes como a OSCIP IOCHPE adotaram a Proposta Triangular e a atestam.
Uma iniciativa como esta, de estimular, orientar, incentivar e alimentar instituições de ensino de arte, em patrocinar materiais através de programas educacionais reforça esses alunos á sua condição de cidadãos dignos.
Nesta discriminação acentuada sobre as classes pobres nas escolas mesmo nos dias atuais, remete ao tempo do colonialismo. Persiste a separação e elitização e á ignorância cultural e artística.
Por: Adelita Mesquita
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